domingo, 21 de fevereiro de 2010

Delicadeza

[...]Se delicado era, não era homem, ou quase nada de homem possuía.

[...] Já ela, em sua natural sabedoria, dizia que um homem delicado conquista sua mulher todos os dias sem que ela perceba. E, mesmo querendo, jamais encontrará alguém que o substitua. Referia-se a delicadeza do gesto de apreciar uma comida, reparar a mudança do penteado, do perfume, do vaso de flores colocado na mesa para alegrar seu almoço ou jantar. delicadeza para seduzir a mulher na cama todas as noites como se ainda fosse a primeira noite. Delicadeza de perguntar como foi seu dia , ainda que todos os dias ela preenchia seu tempo exatamente com as mesmas tarefas. Delicadeza de saber onde, em que ponto de seu corpo gostava de ser beijada, sem que falasse. De perceber a falta de brilho no seu olhar quando se entristecia. De entender sua alma e seu coração com um simples suspiro. Essa era a delicadeza que faltava.

Do livro Mulheres,
de Ana Paula Moraes

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