domingo, 12 de abril de 2015

A Casa

É como se meu coração fosse uma casa; recebi tantas visitas ruins que a tranquei a sete chaves.
Você bateu como quem não quer nada, e nós ficamos ali, conversando entre a corrente da porta.
Você me pareceu tão seguro e confiável que eu abri. Você entrou e encheu a casa de alegria. Novamente as flores criaram vida.
Eu adormi, quando acordei você já não estava mais. Saiu tão discretamente que eu não vi.
Você não voltou. Mas o vazio, esse voltou. E a casa novamente esta cheia.


Daniela S. Silveira

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Já não ligo.

Eu já não ligo mais se você vem ou não. Eu já não ligo se tem perfume de outra na sua roupa. Eu já não ligo se você  cumpre as promessas ou não. Eu simplesmente já não ligo.
Esse teu silêncio que me mata. Essa tua ausência sufocante. Cansei de tentar ser importante.
As noites solitárias, as tardes deprimentes, as manhãs caladas... já nem sei se quero você presente.
Toda essa coisa de tentar, superar, esquecer... cansei de fingir que as coisas não estão acontecendo. Cansei de fingir que não vi nada. E se você quer mesmo saber, se hoje você for embora, amanhã faz dois dias.


Daniela S. Silveira

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Dor

Eu não sei se eu posso chamar de dor, meu coração parou, não, o mundo parou.  Eu não sei quanto tempo durou, talvez tenha sido cinco minutos, talvez apenas um instante. Eu não sei.
Quando eu finalmente voltei a mim, percebi que eu não respirava.  Puxei o ar com força e nesse momento meus olhos se encheram de lagrimas. Eu me neguei a deixa-las caírem. Você não merece minhas lágrimas.
Um turbilhão de lembranças e pensamentos invadiram minha cabeça, de maneira que por um momento, eu pensei que ia perder a lucidez. A náusea venho, eu pensei que não fosse aguentar. Tomei um copo de água de melissa enquanto tentava afastar tudo aquilo da minha cabeça. E eu resisti.
Ao contrário de como eu havia imaginado, eu não cai de joelhos, eu não arranquei meus cabelos e me unhei toda. Eu não corri para o banheiro para vomitar. Eu não me deitei no chão de tanto chorar. Eu não tentei o suicídio. O MEU MUNDO NÃO ACABOU!
Mas doeu. Foi como ser atropelada por um trêm, ou levar um tiro bem no coração. É tão rápido que você não tem reação, você só sente. Aquele infinito instante de pura dor.
Agradeço a Deus e a você por essa dor, obrigada. É essa dor que me fez forte. Agora eu sei que eu posso enfrentar qualquer coisa. Essa dor é o que vai me fazer levantar amanhã, e depois de amanhã, e depois... e depois.


“Esse é o problema da dor, ela precisa ser sentida.” – A Culpa É das Estrelas, John Green

Daniela S. Silveira