domingo, 21 de fevereiro de 2010

Delicadeza

[...]Se delicado era, não era homem, ou quase nada de homem possuía.

[...] Já ela, em sua natural sabedoria, dizia que um homem delicado conquista sua mulher todos os dias sem que ela perceba. E, mesmo querendo, jamais encontrará alguém que o substitua. Referia-se a delicadeza do gesto de apreciar uma comida, reparar a mudança do penteado, do perfume, do vaso de flores colocado na mesa para alegrar seu almoço ou jantar. delicadeza para seduzir a mulher na cama todas as noites como se ainda fosse a primeira noite. Delicadeza de perguntar como foi seu dia , ainda que todos os dias ela preenchia seu tempo exatamente com as mesmas tarefas. Delicadeza de saber onde, em que ponto de seu corpo gostava de ser beijada, sem que falasse. De perceber a falta de brilho no seu olhar quando se entristecia. De entender sua alma e seu coração com um simples suspiro. Essa era a delicadeza que faltava.

Do livro Mulheres,
de Ana Paula Moraes

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Fantasias

Estou exausto de construir e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Longe

Quanto mais longe vou
Menos perto desejo estar

Cada quilômetro andado
É uma história que irei apagar

Não fique esperando eu desaparecer
Pois o horizonte não é o final

Quando você pensar em correr
Eu já vou até ter esquecido você

Seu esforço em me convencer será em vão
Rochas chorão mas coração de pedra não

Lágrimas não vão apagar o que passou
Assim como seus passos jamais alcançarão meu coração

Você podia ter me chamado quando eu estava a sua frente
Mas esperou eu desaparecer em meio a escuridão

Me deixou só onde ninguém podia me ver
E Agora que você se vê sozinho

Implora pelo meu calor, meus braços
Mas ninguém pode abraçar o que não se vê

E tudo que te digo agora: Chora
Quem sabe assim aprenda o que é amor


Daniela S. Silveira

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mundo Real

Este é o mundo real, o mundo onde você não pode apagar suas falas e nem falar o que der na cabeça. Este é o mundo real, e eu sinto tanta falta do virtual, difícil diferenciar, queria que fosse real.
Eu estou aqui, você esta ai, a distância é tanta, mas depois de 20min de conversa até esqueço que ela existe, é como se você estivesse aqui. Na hora do Log Out o mundo real vem a tona, e isso é terrível, o mundo real é terrível, ele também deveria ter um botão de log out.
As vezes esqueço que o mundo real existe, e mergulho de cabeça no virtual, quem nunca fez isso? Se não fez é claro que já desejou faze-lo, afinal, aqui tudo é possível. Amores, viagens, sonhos que viram realidade em um clique, você tem um namorado, um amante, uma fazenda, você pode falar com todos os seus amigos sem nem precisar de bônus para isso. Quem não gostaria de viver neste mundo? Quem não esqueceria do real?
Hoje sou Madonna, amanha serei a Hilary Duff, mas domingo é a vez da Aline Moraes, ninguém vai saber mesmo, eu posso ser quem eu quiser, isso não é real mesmo, é como um sonho, você pode fazer tudo, e quando acordar, você volta a ser quem você é. Talvez essa seja a pior parte.
Não é por nada não, mas quem me conhece sabe, o mundo real nunca me agradou, sempre gostei de sonhar, talvez seja por isso que eu durma até tarde sempre que possível, gosto de sonhar, de imaginar, de me perder em meio as histórias, o mundo real me assusta, e quanto mais eu o conheço, mais anseio pelo sono.
Não que tudo seja ruim, só 90% é, 10% ainda se salva, ou não, porque do jeito que as coisas andam indo... mas não quero entrar em detalhes, detalhes são essenciais, mas geram muitos conflitos. A verdade é que o mundo virtual é a salvação que eu encontro no fim do dia, é ele que me trás (ou trazia) de volta os sonhos, sonhos que a vida real me tirava ao longo do dia, porque eu sabia, quando eu ligar o computador tudo isso vai passar.
O problema é que agora o mundo virtual já não me satisfaz, a vida real também não, os sonhos duram pouco e os pesadelos muito. Por isso, hoje quando eu deitar, não vou colocar o telefone para despertar, já não quero acordar.